Uma senhora de 91 anos, residente em Marialva, com quadro de insuficiência respiratória aguda por pneumonia está internada no Hospital Universitário de Maringá (HU) desde a manhã de segunda-feira aguardando liberação de vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De domingo até a tarde desta terça-feira (23), cinco pacientes foram incluídos na lista de espera da Central de Regulação de Vagas com a mesma necessidade.

Nos últimos nove dias, três pacientes morreram no HU enquanto aguardavam a liberação de vagas. Ari Pires Moraes, 75, faleceu na manhã do dia 22. Ele deu entrada no hospital no dia 14 de março com traumatismo craniano. Outro paciente, de 77 anos, deu entrada no dia 15 de março com infecção generalizada. A outra paciente que não resistiu e morreu sem ter sido internada na UTI apresentava quadro de acidente vascular cerebral associado a insuficiência renal e diabetes. Ela tinha 63 anos.

Lúcia Shimazaki, chefe da Divisão de Atenção à Saúde da 15ª Regional de Saúde, explica que foram feitos vários pedidos de leitos, tanto em Maringá quanto nos municípios abrangidos pela macrorregião, que compreende Campo Mourão, Cianorte, Paranavaí e Umuarama. “O primeiro contato é feito com a Secretaria de Saúde de Maringá. Se aqui não tem vaga, buscamos na macrorregião. Infelizmente não conseguimos liberação de nenhum leito”, diz Lúcia.

A Promotoria de Saúde Pública e do Trabalhador foi informada da situação dos idosos e pediu informações sobre o atendimento à superintendência do hospital. Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público informou que as informações prestadas pelas autoridades médicas revelam que o quadro do paciente Ari Moraes era muito grave e que ele foi assistido em unidade semi-intensiva.

Ainda segundo a assessoria de imprensa, vários inquéritos sobre diferentes aspectos da saúde pública de Maringá estão em andamento na promotoria, e incluem a falta de leitos gerais e de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS).